Os dados são o novo petróleo. Será?
Confesso que essa frase sempre me incomodou um pouco. Entendo a natureza prática da comparação. O petróleo é valioso, os dados também. O petróleo precisa ser refinado, os dados também…
Tá bom, é uma comparação básica válida, mas, na minha humilde opinião, essa comparação carece de uma compreensão mais profunda sobre a natureza dos dados.
Enquanto o petróleo é um recurso natural finito, cujo valor comercial reside na escassez, a quantidade de dados disponíveis continua a crescer exponencialmente. Um crescimento em volume, velocidade e variedade, os três v’s do Big Data (relativo ao processamento e à análise de grandes volumes de dados).
Um estudo da consultoria IDC (International Data Corporation) cita que, de 2021 a 2025, a criação de novos dados aumentará a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 23%, resultando em aproximadamente 175 zettabytes até o fim desse período.
Um único zettabyte é equivalente a um trilhão de gigabytes. Esse volume é tão grande que seriam necessários em torno de um bilhão de computadores domésticos para armazenar essa quantidade de dados.
A utilização de dados não esgota a matéria-prima. Pelo contrário, quanto mais você utilizar os dados, de forma inteligente, mais dados serão gerados! Essa é a principal diferença entre a natureza desses dois ativos tão valiosos!
Outra diferença crucial é que a extração de valor, no caso dos dados, está ligada às capacidades humanas de tomada de decisão (ao menos por enquanto), uma capacidade que vem sendo potencializada também pela aplicação de algoritmos e inteligência artificial. Isso difere muito do refino do petróleo, que é um processo físico e isento de subjetividade.
Quanto mais você utilizar os dados, de forma inteligente, mais dados serão gerados! Essa é a principal diferença entre a natureza desses dois ativos tão valiosos!
Para fechar essa reflexão, ao pensar sobre o ciclo de vida dos dois: um tem o ciclo de vida bem definido, o petróleo. Já os dados, quando bem utilizados, podem gerar valor de forma recorrente, de diferentes maneiras para diferentes propósitos, sem nunca se esgotarem.
É essa abundância e a possibilidade de retroalimentar processos e decisões que tornam os dados um ativo estratégico incomparável.
É importante ressaltar que o verdadeiro valor dos dados não reside em sua mera existência, mas na habilidade de utilizá-los para criar insights que direcionem decisões estratégicas. 💡
E você, como tem aproveitado o valor dos dados na sua organização? 😉